Mundo Gastronômico

30 maio, 2010

Hoje é dia de pancakes ... Sunday Brunch!



Minha aluna do SENAC,SP me pediu a receita há alguns dias, e hoje, assim que acordei, lembrei que hoje é dia de pancakes e eu ainda não mandei a receita para a Marília! Então, aí vai minha receita favorita, tirada do livro que considero a “bíblia da cozinha americana” (The Joy Of Cooking, de Irma Rombauer) com um ingrediente adicional: meus comentários!

Como não poderia deixar de ser, escrevo salivando de vontade... vou prepará-las em seguida também.

Mas, antes, é importante deixar claro que as pancakes americanas nada têm a ver com a nossa panqueca brasileira, e sua espessura (quando bem feita) não permite recheios, mas sim algumas misturas leves e em pequena quantidade na massa, ou uma bela cobertura de manteiga, na panqueca ainda quentinha e um generoso fio de xarope de bordo que, a quem preferir, pode derramar o novelo inteiro.

RECEITA BÁSICA

Você precisará de:

- uma chapa, ou frigideira grande de fundo plano, antiaderente ou de ferro fundido.

- duas tigelas fundas (bowl) para misturar a massa

- medidores de xícara e colher (essa receita é caseira!)

- um fouet (batedor de arame)

- uma concha

- manteiga ou óleo para untar com auxilio de um pincel de cozinha

Prepare e aqueça a chapa ou frigideira de ferro.

Misture bem numa tigela grande:

- 1 ½ xíc. farinha de trigo

- 3 colheres sopa de açúcar

- 1 ½ colher de chá de fermento em pó

- ½ colher de chá de sal

Misture num outro recipiente:

- 1 ½ xíc. leite

- 3 colheres sopa de manteiga sem sal, derretida (mas não quente)

- 2 ovos grandes

- ½ colher de chá de essência de baunilha (opcional - a de baunilha para a massa básica, ou vario, de acordo com o meu humor e com a essência que melhor combinar com os ingredientes adicionais - a de amêndoas é minha preferida, e se usar a baunilha em vagem fica divina!)

Derrame os ingredientes líquidos sobre os secos e misture levemente, até ficar homogêneo.

Detalhe: esse processo deve ser feito com muita delicadeza, sem bater, para não desenvolver o glúten do trigo, o que tornaria a massa dura e pesada. É preferível deixar algumas bolhas de farinha que desenvolver o glúten da massa.

Essa massa deve ser leve e flutuar na chapa como uma nuvem!

Se preferir, acrescente um ou mais dos ingredientes abaixo:

(A receita pede meia xícara, mas eu uso menos para não “pesar” a massa. Eu prefiro purinha. Mas as vezes é bom variar.)

- ½ xic. Uvas passas

- ½ xic. “Blueberries”ou Amoras frescas (se congeladas, deve-se tirar o excesso de água)

- ½ xic. Nozes picadas , torradas

- ½ xic. Bananas em fatias finas ou amassadas

- ½ xic. Queijo ralado (qualquer queijo mais firme, experimente usar queijo coalho)

- ¼ xic. Chocolate meio amargo ou ao leite (em gotas é melhor)

- ¼ xic. Coco ralado

Com uma concha, despeje as panquecas sobre a chapa quente levemente untada.

Vão aparecer “bolhas” na superfície (que se tornarão pequenos buracos)... Quando as bolhas começarem a secar, vire-as para que assem do outro lado por alguns segundos.

A massa fica esponjosa e absorve rapidamente o que você passar por cima.

Deve ser servida ainda quente com manteiga e maple syrup (xarope de bordo) ou mel, melaço, geléia, creme de avelãs com chocolate, ou até mesmo um cream cheese... ou o que lhe der vontade.

Minhas preferidas são, nessa ordem: manteiga + mapple syrup, manteiga + mel, geléia de damascos, geléia de jabuticaba, geléia de amoras, geléia de laranja com casca, melaço de cana e mel...

Chega, preciso correr para a cozinha.

Bom apetite e bom domingo!

22 maio, 2010

Hurts so good!

Minha história com o SENAC é antiga: de Aluna de cozinha em Águas de São Pedro (SP) no início dos anos 90, a Instrutora de cursos de etiqueta, serviço de copa, serviço de coffee break, elaboração de cardápios e festivais gastronômicos no SENAC-PR, em Curitiba, no início de 2000. Agora me preparo para voltar. Dessa vez ao SENAC-SP para lecionar a disciplina Cozinha das Américas, no curso de Gastronomia. Há algumas semanas comecei o plano de aulas atualizando apostila, revisando e corrigindo receitas. Junto com a preparação do material de apresentação das aulas, comecei a testar algumas receitas nos finais de semana em casa. Lembro que passei horas ralando milho para uma receita chilena de Pastel de Choclo (foto), que ao final ficou deliciosa, mas foi bem trabalhosa.

Bem, as aulas também estão ficando muito boas. No início da semana, na estréia, já fiz alguns ajustes – aquela sintonia fina necessária após cada aula dada na cozinha. A turma de futuros chefs é boa. Alguns talentos em formação e bem dedicados, outros com certo interesse, e uns que ainda não sabem o que estão fazendo ali. Normal. Enfim, nova fase, energias renovadas e a certeza de estar fazendo o melhor. E, como sempre digo aos alunos: não tenho a pretensão de ensinar tudo o que sei e aprendi ao longo dos anos, minha satisfação é inspirá-los a aprender, instigá-los a buscar informação, dividindo minha sede por estar sempre buscando novidades e melhorar. Afinal, a carreira de Chef é longa, árdua, e raramente bem remunerada. Dura, mas gostosa. Como a música do John Mellencamp: Hurts so good!

13 maio, 2010

Abolição da escravatura no Brasil


13 de Maio, abolição da escravatura no Brasil. E as negras libertas continuaram a cozinhar para as suas Sinhás, enchendo suas panelas de esperança, afeto e temperos que inundavam a casa de aromas que até hoje sentimos nas cozinhas de todo país. A mistura de cebola e alho chiando no refogadinho nos anima para a próxima refeição. E, conforme o endereço dessa cozinha, sentimos o aroma da manteiga, ou do bacon, ou do dendê, ou do azeite de oliva... e as vezes daquela pitadinha de algo a mais, do “segredo” da cozinheira, que nem sabe o porque mas acrescenta um tiquinho de gengibre ralado, ou colorau, coentro... Que revelam a herança que nos deixaram as cozinheiras afro-descendentes - sem as quais a gastronomia brasileira não seria tão boa, tão rica, tão amada quanto é. Muito obrigada!

05 maio, 2010

O que comemoram os mexicanos no “Cinco de Mayo”?


Originalmente, a celebração de Cinco de Mayo refere-se à vitória dos mexicanos quando os franceses tentaram invadir Puebla, em 1862. Ao contrário do que muitos pensam, não tem nada a ver com a Independência do México.
Já, nos Estados Unidos, os americanos aproveitam a data para fazer “Fiesta” e homenagear os Mexicanos, carinhosamente apelidados de “chicanos” ou “cholos” - os mexicanos e descendentes que vivem na América e que tanto contribuíram e contribuem para o crescimento do país. Até a Casa Branca se enfeita com Piñatas, Maracas e Lamparinas, e (pasmem!) o Presidente Americano emite um comunicado para agradecer a comunidade hispânica. Enfim, a festa é um grande evento político para paparicar os mexicanos por um dia! (Porque no resto do ano, nós todos sabemos que o tratamento não é o mesmo.)
No México, celebra-se a data com receitas típicas da região de Puebla, como o famoso molho apimentado com chocolate servido com perú: o Mole Poblano.
Mas, políticas e puxa-saquismos à parte, acho que a data é uma bela desculpa para tomarmos umas Tequilas, Margueritas, Cerveza Sol, e uma comidinha Tex-Mex - porque tacos, burritos e nachos são mais americanos que mexicanos.
E você, o que está esperando? Ariba! Ariba! ... e Andale, Cabrón!